No passado dia 9 de setembro, a CONSULAI organizou o seminário “Criar Valor na Sustentabilidade”, no âmbito da AGROGLOBAL 2025, que teve lugar no Auditório Companhia das Lezírias. O evento reuniu um painel diverso de produtores, técnicos, representantes institucionais e especialistas para discutir como tornar a sustentabilidade uma componente real de criação de valor no setor agroalimentar português.
Com o apoio da AGROGLOBAL, do Crédito Agrícola e da sociedade de advogados Vieira de Almeida, o seminário enquadrou-se na iniciativa lançada pela CONSULAI com o mesmo nome — Criar Valor na Sustentabilidade — que procura reforçar o papel da sustentabilidade como alicerce estratégico, e não apenas como resposta a exigências externas.
Moderada por Bruno Caldeira (CONSULAI) e João Roseiro (SLMPartners), a primeira mesa-redonda – “A Sustentabilidade na Produção Agrícola” – focou-se nos desafios enfrentados pelos produtores na implementação de práticas sustentáveis. Com a participação de Astride Sousa Monteiro (ANPOC), Mário Antunes (Agromais), Miguel Matos Chaves (Migdalo) e Rúben Ventura (O Melro), esta mesa trouxe perspetivas concretas do terreno.
A mesa deixou evidente o desajuste entre as crescentes exigências impostas à produção agrícola e a falta de compensação económica por parte do mercado. A sustentabilidade tem custos reais — em investimento, em tempo e em adaptação — que, muitas vezes, não são refletidos no preço pago ao produtor. A necessidade de novos modelos de valorização e partilha de risco ao longo da cadeia foi sublinhada como urgente.
A segunda mesa-redonda, dedicada à “Sustentabilidade na Cadeia de Valor”, foi moderada por Catarina Pinto Correia (Vieira de Almeida) e Pedro Santos (CONSULAI), com a participação de Daniel Ribeiro (Hidrosoph), Filipa Saldanha (Crédito Agrícola), João Pinto (Rovensa) e Ondina Afonso (Clube de Produtores Continente).
Um dos temas-chave foi a interligação entre biodiversidade, alterações climáticas e valor económico. Os intervenientes reforçaram que a biodiversidade deve ser encarada como um ativo económico essencial, e não apenas uma preocupação ambiental. A queda de biodiversidade afeta diretamente a resiliência dos sistemas produtivos, a segurança alimentar e a competitividade do setor. Tornar a sustentabilidade transversal a toda a cadeia — da produção ao consumo — exige uma abordagem integrada e colaborativa.
O encerramento ficou a cargo de Luís Mira da Silva (CONSULAI), que apresentou os próximos passos da iniciativa Criar Valor na Sustentabilidade para 2025/2026. A ambição é clara: gerar massa crítica, juntar agentes do setor em torno de objetivos comuns e construir conhecimento aplicável, partilhado e mobilizador.
A sustentabilidade, concluíram os participantes, não se impõe — constrói-se. Exige visão de longo prazo, investimento partilhado, políticas coerentes e um esforço contínuo de aprendizagem coletiva.
Assista ao vídeo recap do seminário aqui.





